Silas Malafaia chama narrativa de golpe em 8/1 de “farsa política”
Nesta quarta-feira (8), o pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), divulgou um vídeo em suas redes sociais no qual classificou a acusação de tentativa de golpe nos atos de 8 de janeiro de 2023 como uma “farsa de perseguição política”. A manifestação em questão, que resultou na invasão e depredação de prédios públicos em Brasília, completa dois anos neste dia, e o pastor aproveitou a data para se posicionar contra as investigações e julgamentos relacionados ao episódio.
Em seu vídeo, Malafaia criticou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O líder evangélico acusou ambos de manipularem os fatos para interesses políticos e de utilizar o episódio como uma forma de perseguição a adversários ideológicos.
“A Maior Farsa de Perseguição Política”
Malafaia foi enfático ao afirmar que a acusação de tentativa de golpe era uma invenção política, sem base real. “Essa conversa fiada de golpe é a maior farsa de perseguição política da história do Brasil”, afirmou, destacando que as investigações e os processos contra os envolvidos nos atos de 8 de janeiro fazem parte de um jogo político orquestrado pelos atuais governantes.
O pastor também questionou a resposta do governo federal ao episódio, sugerindo que, caso houvesse realmente um alerta de golpe, a reação deveria ter sido mais enérgica. Ele mencionou relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que, segundo ele, não indicaram qualquer ameaça de golpe. “Se Lula tivesse sido informado da possibilidade de golpe, ele teria assinado uma GLO [Garantia da Lei e da Ordem], colocado o Exército na rua e acabado com a palhaçada”, disse.
Críticas a Alexandre de Moraes
Além da crítica ao presidente Lula, Malafaia também atacou a postura do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE e responsável pela condução dos julgamentos relacionados aos atos de 8 de janeiro. O pastor citou declarações anteriores de Moraes, em que o magistrado teria afirmado que a extrema-direita deveria ser combatida na América Latina, acusando-o de agir de forma parcial.
“Ele já disse em alto e bom som: a extrema-direita tem que ser combatida na América Latina. Ele não é um juiz imparcial”, criticou Malafaia, ressaltando que o ministro estaria conduzindo os processos de maneira tendenciosa, o que, segundo ele, comprometeria a justiça e o devido processo legal.
Comparações com Manifestações de 2014 e 2017
Em sua fala, Malafaia também fez uma comparação entre os atos de 8 de janeiro de 2023 e outras manifestações violentas ocorridas no Brasil, especialmente aquelas de 2014 e 2017, que envolveram grupos de esquerda. O pastor argumentou que as manifestações de anos anteriores, embora igualmente violentas, foram tratadas de maneira diferente, sem a mesma contundência por parte das autoridades.
“Em 2014 e 2017, manifestações promovidas pela esquerda foram bem mais violentas, mas não viemos ver o mesmo tipo de investigação ou repressão como vemos agora”, afirmou, sugerindo que os atos de janeiro de 2023 estariam sendo usados de forma seletiva para criminalizar a oposição política.
Defesa dos Presos e das Forças Armadas
Por fim, Malafaia se posicionou em defesa das pessoas que foram presas em decorrência dos atos de 8 de janeiro, argumentando que muitas delas eram inocentes e estavam sendo privadas de sua liberdade sem o devido processo legal. “Gente inocente presa, sem devido processo legal. Generais tratados como bandidos. Que país é esse?”, questionou, referindo-se também ao tratamento dispensado a membros das Forças Armadas, que foram alvo de investigações e prisões em relação aos acontecimentos.
A manifestação do pastor Malafaia gerou reações entre seus seguidores e também entre seus críticos, em um momento em que o debate sobre a repressão aos atos golpistas e as investigações continuam a polarizar o Brasil.
Conclusão
A declaração de Silas Malafaia fortalece a linha crítica que parte de segmentos conservadores em relação à forma como o governo Lula e o STF têm tratado os episódios de 8 de janeiro. Enquanto o governo e aliados defendem que a repressão aos envolvidos foi necessária para garantir a ordem democrática, setores da direita, como o pastor, enxergam as investigações e prisões como uma ferramenta de perseguição política.
À medida que o debate sobre os acontecimentos de janeiro de 2023 segue em curso, a polarização continua a aumentar, com líderes de diferentes espectros políticos intensificando suas críticas e discursos sobre o que realmente aconteceu naquele fatídico dia.