Senador milionário pede gratuidade processual alegando ‘pobreza’ e juíza toma dura decisão
O senador Nelsinho Trad, conhecido por seu patrimônio de mais de R$ 3,2 milhões, conforme declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral, se viu envolvido em uma situação curiosa no âmbito judicial. Mesmo sendo proprietário de diversos veículos, imóveis e cotas de capital em uma sociedade de médicos, Trad alegou não ter condições financeiras para arcar com as despesas de um processo contra a Latam Linhas Aéreas. Em sua solicitação de benefícios da Justiça gratuita, o senador declarou-se em situação de ‘pobreza’.
A juíza Patrícia Kelling Karloh, da 7ª Vara do Juizado Especial de Campo Grande (MS), não se deixou impressionar e determinou que Trad comprovasse sua alegada ‘pobreza’ para ter acesso à gratuidade da Justiça. A decisão gerou um debate sobre a discrepância entre sua fortuna declarada e a alegação de necessidade financeira.
Em relação à ação contra a Latam, Trad também não teve sorte. O senador entrou com um processo buscando uma indenização de R$ 20 mil por danos morais devido ao atraso em um voo para Lima, no Peru. No entanto, a juíza Karloh julgou o pedido improcedente, fundamentando sua decisão em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que entende que, na ausência de prejuízos concretos além da frustração pela demora, não há razão para indenização por danos morais.
Essa sequência de acontecimentos colocou o senador no centro das atenções, sendo alvo de críticas por, ao mesmo tempo, alegar ser ‘pobre’ e ter um patrimônio considerável. O episódio também gerou questionamentos sobre a percepção pública de políticos e sua relação com os mecanismos judiciais, levantando discussões sobre o uso da Justiça gratuita e as justificativas para pedidos dessa natureza.
O senador, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre as decisões, mas a situação está longe de passar despercebida, especialmente em um contexto político onde a transparência e a moralidade são constantemente discutidas.