CNBB mostra a cara, revela lado político e recebe apoio do PT e do Psol
No último dia 15 de dezembro, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz e o Conselho Nacional do Laicato do Brasil, ambos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgaram um manifesto exigindo a responsabilização “legal, rigorosa e exemplar” de todos os envolvidos na tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. O documento critica as tentativas recorrentes de subversão da democracia no país e reforça a necessidade de uma ação firme contra qualquer ameaça ao Estado Democrático de Direito.
O manifesto, que recebeu apoio de diversas pastorais, comunidades eclesiais de base, ordens religiosas, além de movimentos feministas, ambientalistas, e diretórios dos partidos PT e PSOL, denuncia os esforços de setores da sociedade que, segundo o documento, têm tentado subverter a democracia. Para os apoiadores, o texto é uma resposta necessária a um contexto de crescente polarização e violência política, caracterizando uma defesa clara dos princípios democráticos.
O Documento e as Acusações de Tentativa de Golpe
O manifesto faz referência às investigações da Polícia Federal, que revelaram planos de figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a militares das Forças Armadas, além de civis de vários grupos sociais. O inquérito aponta que a tentativa de golpe incluía o sequestro e homicídio de autoridades públicas, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O plano também envolvia a criação de “campos de concentração” para opositores do governo, uma estratégia que remete aos horrores do regime nazista.
O manifesto denuncia, ainda, a conivência de diversos setores da sociedade, incluindo setores militares, elites empresariais e religiosos, que teriam atuado em conluio com os golpistas. A CNBB e o Conselho Nacional do Laicato do Brasil criticam as instituições que se omitem ou defendem a impunidade para os responsáveis, reafirmando a importância da ética cristã que não permite omissão frente aos crimes contra a democracia.
A Luta pela Responsabilização e a Defesa da Constituição
A nota enfatiza a necessidade de que todos os envolvidos no golpe – desde os mentores até os financiadores e apoiadores – sejam responsabilizados de maneira legal e exemplar. As entidades se posicionam contra qualquer tentativa de impunidade e apelam para que a Procuradoria Geral da República atue com rigor, apresentando denúncia ao STF, que, como guardião da Constituição, deve responsabilizar aqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito.
Convocação à Sociedade Civil
O manifesto conclama diversos setores da sociedade civil, incluindo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Comissão de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, e outras entidades que defendem o Estado Democrático de Direito, a se manifestarem publicamente contra qualquer tentativa de enfraquecer a democracia. A mensagem é clara: o Brasil não pode permitir que haja espaço para ações que atentem contra a liberdade e a soberania do povo brasileiro.
O documento, assinado pela CNBB e pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil, reafirma a importância da luta pela democracia e pela justiça, alertando para os perigos que ainda persistem no cenário político brasileiro. Para essas entidades, a vigilância e a ação coordenada da sociedade civil são essenciais para garantir que o país jamais seja refém de tentativas golpistas que busquem ameaçar o regime democrático.