“Querem prender Bolsonaro a qualquer custo”
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) voltou a se manifestar sobre as investigações em curso acerca da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, e fez duras críticas ao relatório da Polícia Federal (PF) sobre o caso. Em declarações feitas nas redes sociais, Kicis argumentou que não há provas concretas que sustentem a narrativa de que houve uma tentativa de golpe no país, destacando que as acusações são baseadas em “fantasias”.
Em relação ao relatório da PF, que detalha investigações sobre supostos envolvidos no episódio de invasão dos prédios dos Três Poderes em Brasília, Kicis afirmou: “Aquelas 800 e tantas páginas que colocaram de relatório, eu vi alguns trechos, algumas pessoas que leram, advogados que leram bastante, disseram que é tudo baseado em fantasias. Não tem nada de concreto, e se tivesse mesmo história de golpe, isso teria acontecido quando o presidente Bolsonaro era o chefe supremo das Forças Armadas.”
A deputada fez referência ao fato de que o ex-presidente Jair Bolsonaro, na época do ocorrido, não estava no Brasil, sugerindo que isso enfraquece a tese de uma suposta articulação para o golpe. “Isso não aconteceu, ele sequer estava no Brasil. Isso não passa de alucinação, narrativas para justificar o quê?”, questionou Kicis, ressaltando que o verdadeiro objetivo por trás das investigações seria a prisão de Bolsonaro, com base em um desejo de certos setores de atingir o ex-presidente “a todo custo”.
A Crítica ao Processo Legal e à Constituição
Bia Kicis também criticou duramente o processo legal em andamento, afirmando que certos setores estão dispostos a violar a Constituição e o devido processo legal para prender Bolsonaro. “Querem prender Bolsonaro, a todo custo. Custe o que custar. Não importa violar a Constituição, violar o devido processo legal”, afirmou a deputada. Para ela, a narrativa de golpe está sendo utilizada como um instrumento para enfraquecer Bolsonaro e atingir sua base de apoio política.
Essa visão é compartilhada por diversos aliados do ex-presidente, que acreditam que as investigações são parte de uma manobra para prejudicar Bolsonaro, mesmo sem provas substanciais que demonstrem sua responsabilidade direta nos eventos de 8 de janeiro.
A Prisão de Braga Netto e a Repercussão Política
O recente desdobramento da prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e aliado próximo de Bolsonaro, trouxe novas tensões à política brasileira. A PF o deteve na manhã deste sábado (14), no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe, em uma operação que também incluiu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a assessores de Braga Netto, como o coronel Flávio Peregrino.
Kicis e outros aliados de Bolsonaro têm apontado a prisão de Braga Netto como mais uma tentativa do que consideram ser uma “perseguição política” ao ex-presidente e seus aliados. Para os críticos da operação, a medida tem como objetivo criar um enredo em torno de um suposto golpe, o que poderia resultar na prisão de Bolsonaro e de outras figuras de sua base política.
Em suas falas, a deputada enfatiza que as investigações são motivadas por uma tentativa de envolvimento de Bolsonaro em um cenário de golpe, sem que existam provas claras para sustentar tal acusação. “A prisão do general mostra que está mais do que claro que o ‘sistema’ vai tentar envolver qualquer narrativa possível para atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro nesse caso. Querem prendê-lo de qualquer forma”, completou Kicis, refletindo a preocupação de uma parte da oposição sobre a condução das investigações.
O Cenário Político e as Repercussões Futuras
O discurso de Bia Kicis se alinha com o de outros membros do PL e da base bolsonarista, que veem as investigações como uma tentativa de desestabilizar o ex-presidente e enfraquecer sua imagem. Esse grupo político acredita que as investigações e prisões, incluindo a de figuras-chave como Braga Netto, têm um claro viés político, sendo utilizadas como um meio de criminalizar Bolsonaro e deslegitimar o apoio popular que ele ainda possui.
Por outro lado, a oposição e diversos setores da sociedade civil veem as investigações como fundamentais para esclarecer os eventos de 8 de janeiro e para responsabilizar aqueles que possam ter sido envolvidos na tentativa de golpe. A detenção de figuras militares e políticas próximas a Bolsonaro, como Braga Netto e outros aliados, é vista como uma medida necessária para garantir a accountability e a recuperação da ordem democrática no país.
À medida que os desdobramentos do caso continuam, a disputa sobre o processo legal, as investigações e a narrativa sobre o que realmente aconteceu em janeiro de 2023 tende a se intensificar, com implicações políticas importantes para o futuro do Brasil e para a trajetória do ex-presidente Jair Bolsonaro.