De uma só vez, Bolsonaro desafia Globo, delegado Fábio Shor e o chefe da PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a desafiar a TV Globo para uma entrevista ao vivo, em uma provocação direta à emissora. Durante uma recente declaração, Bolsonaro chamou os jornalistas da Globo de “fracos” e reiterou sua disposição para um confronto aberto, sugerindo que o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o delegado Fábio Shor, envolvidos em investigações contra aliados do ex-presidente, poderiam ser convidados para a sabatina.

“Rede Globo, estou à disposição de vocês para duas ou três horas ao vivo. Vocês podem me inquirir sobre o que quiserem: joias, vacinas, golpe, baleia, leite condensado, carpas, moedinhas do lago. Seja o que for. Tenho certeza de que será a maior audiência da história do Brasil”, afirmou Bolsonaro, com o tom desafiador que marca sua relação com a mídia.

A provocação não é novidade. Em julho de 2024, o ex-presidente já havia feito um desafio semelhante, propondo mais uma vez “duas horas ao vivo” para responder perguntas sobre uma série de temas polêmicos. O ex-presidente costuma adotar uma postura combativa em relação à imprensa, especialmente à Globo, a quem acusa de distorcer informações e persegui-lo durante seu governo.

Desafio recorrente

Este não é o primeiro embate público de Bolsonaro com a Globo. Durante o seu mandato, ele chegou a propor um debate com a emissora sobre segurança nas eleições de 2022, criticando a cobertura da mídia sobre o tema e afirmando que estava preparado para apresentar dados e números que, segundo ele, refutariam as acusações de fraude eleitoral e outras narrativas. A postura de Bolsonaro sempre foi a de um político que tenta se posicionar como vítima de um suposto “sistema” midiático e judicial.

Em sua última provocação, Bolsonaro fez questão de atacar também a postura da Globo em relação a matérias sobre temas controversos durante seu governo, como o caso das joias recebidas durante viagens internacionais, as negociações envolvendo vacinas contra a Covid-19, e até questões mais bizarras que marcaram sua administração, como o famoso episódio da baleia e a relação com a fauna no Lago Paranoá.

“Ou vão continuar com medinho e fazendo essas matérias porcas?”

Em mais um ataque à emissora, Bolsonaro desafiou a Globo, sugerindo que a cobertura da mídia estava sendo covarde e sensacionalista, criticando o que considera como “matérias porcas” em vez de um jornalismo mais isento e profissional.

Este confronto com a Globo faz parte de uma estratégia de Bolsonaro para manter sua base de apoio mobilizada, utilizando-se das redes sociais e das acusações contra os grandes meios de comunicação como um trunfo político. O ex-presidente sempre teve uma relação tensa com a imprensa, especialmente com a Globo, e continua a fazer desses confrontos uma forma de reafirmar sua imagem de opositor à “grande mídia” e àquilo que ele classifica como o establishment.

A TV Globo ainda não se manifestou publicamente sobre o novo desafio de Bolsonaro, mas a proposta de uma sabatina ao vivo gerou reações variadas nas redes sociais, com muitos apoiadores do ex-presidente defendendo a ideia, enquanto críticos apontam que essa estratégia de confronto com a imprensa pode ser uma forma de desviar o foco de questões mais complexas e legais que o ex-presidente ainda enfrenta.

Este episódio, como muitos outros em sua carreira política, reflete a polarização das discussões no Brasil e a contínua luta entre o ex-presidente e os meios de comunicação, em um cenário onde o papel da mídia e a transparência das informações continuam sendo temas centrais no debate público.

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Bruno Rigacci

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