Bolsonaro havia afirmado, durante essa live, que as informações do inquérito não estavam sob sigilo, justificando assim sua ação. Contudo, a íntegra do documento foi publicada em suas redes sociais, o que gerou preocupações sobre o uso indevido de informações sigilosas. A defesa de Bolsonaro recorreu ao Supremo, com base no parecer da ex-vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que havia sugerido o arquivamento do caso. Contudo, Moraes decidiu manter a investigação ativa e determinou que novas diligências fossem realizadas.
Moraes, ao negar o recurso, explicou que ainda faltam elementos essenciais no processo, como o relatório completo da Polícia Federal. Para ele, a ausência desse documento torna inviável a análise completa do material colhido e impede uma decisão definitiva sobre o pedido de arquivamento. Moraes ressaltou que o direito da defesa de Bolsonaro ao acesso imediato ao depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também não seria garantido, especialmente considerando que a investigação ainda está em andamento.
Esse caso é apenas uma das diversas investigações envolvendo o ex-presidente. Bolsonaro tem enfrentado vários desafios judiciais após deixar o cargo, e o caso em questão está entre os mais delicados, dado que envolve a exposição pública de informações confidenciais.
A defesa de Bolsonaro tem argumentado que a investigação é uma forma de perseguição política e que o ex-presidente não cometeu qualquer ilegalidade ao divulgar os dados da PF, já que, segundo ele, o inquérito não estaria sob sigilo na época. Apesar disso, Alexandre de Moraes, que já tem um histórico de decisões firmes contra Bolsonaro e seus aliados, manteve sua posição de seguir com as investigações.
O julgamento virtual da Primeira Turma do STF, onde o caso está sendo analisado, deve se estender até a próxima sexta-feira, 18 de outubro. Além de Moraes, outros ministros como Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia também votarão sobre o recurso. A expectativa é que o desfecho do julgamento seja determinante para o andamento das investigações contra Bolsonaro e para a definição do seu futuro judicial.
O caso reflete a crescente tensão entre o ex-presidente e o Supremo Tribunal Federal, que tem adotado uma postura rigorosa nas investigações relacionadas a Jair Bolsonaro, especialmente em questões que envolvem a divulgação de informações confidenciais ou atos que possam comprometer a integridade das instituições democráticas no Brasil. Com o avanço dessas investigações, o cenário político e judicial para Bolsonaro se torna cada vez mais complicado, abrindo margem para novas discussões sobre seu papel no futuro político do país e as consequências legais que poderá enfrentar.