A BR-319, especialmente o trecho central de 405 quilômetros que atravessa áreas preservadas da Floresta Amazônica, tem sido foco de controvérsias. Em julho, a Justiça Federal suspendeu a licença prévia para a reconstrução e asfaltamento desse trecho, preocupando ambientalistas que alertam para os riscos de desmatamento e invasões por grileiros e madeireiros. A gestão Lula, que se comprometeu com a meta de desmatamento zero na Amazônia até 2030, tem enfrentado pressões para conciliar o desenvolvimento de infraestrutura com a preservação ambiental.
Durante sua visita, Lula defendeu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que vem sendo criticada por alguns setores devido à sua postura rigorosa em relação a projetos que possam afetar o meio ambiente. O presidente deixou claro que a decisão sobre a BR-319 não depende apenas da ministra e que a questão será tratada de forma integrada com o governo do estado do Amazonas. Ele reforçou a necessidade de uma política que garanta a preservação ambiental enquanto a rodovia é reconstruída.
Lula também destacou a importância estratégica da BR-319, especialmente durante a seca do Rio Madeira, que compromete a navegabilidade e a conexão entre Manaus e Porto Velho. A rodovia, segundo o presidente, é vital para evitar o isolamento de duas capitais e para assegurar o escoamento da produção agropecuária da região.
O presidente ressaltou que a BR-319 é uma “estrada olhada pelo mundo”, dada a relevância global da Amazônia. Ele afirmou que o objetivo do governo é garantir que a rodovia seja construída com responsabilidade, promovendo a preservação da biodiversidade e melhorando as condições de vida dos povos locais, sem abrir mão da soberania nacional sobre a região.
Com essas declarações, Lula busca equilibrar as demandas por desenvolvimento econômico e infraestrutura com a necessidade de proteger a Amazônia, uma tarefa complexa que terá impactos significativos tanto para o Brasil quanto para a comunidade internacional.