Piloto, William Waack analisa queda de avião em Vinhedo

O jornalista William Waack, que também é piloto licenciado, utilizou sua coluna no Estadão para comentar sobre o acidente aéreo ocorrido nesta sexta-feira (10) em Vinhedo, São Paulo. No título do texto, ele destaca que é piloto amador e está em busca de explicações para a queda do avião.

– O acidente em Vinhedo, que resultou na morte de 61 pessoas, nos afeta profundamente. Impacta especialmente todos os envolvidos na aviação. Meu primeiro pensamento é para as famílias e as vítimas. Pessoalmente, fico muito abalado com esse tipo de ocorrência. As pessoas me conhecem como jornalista profissional, mas tenho uma grande paixão pela aviação. Sou um piloto privado, não profissional. Sou um jornalista profissional, mas um piloto amador – escreveu.

Waack continuou, mencionando que possui um avião turboélice monomotor e voa todos os finais de semana. Ele ressaltou que o modelo de sua aeronave exige uma “grande preocupação” com as condições meteorológicas, como a formação de gelo, por exemplo.

– O que está sendo discutido entre os colegas pilotos e o que posso compartilhar é o que outros pilotos amadores, como eu, pensam em termos de treinamento e condições. É tentar entender o motivo da queda desse ATR. Nos vídeos, fica claro que ele estava em uma situação que, na gíria, chamamos de “parafuso chato”. É uma condição aerodinâmica na qual as superfícies de voo, que o piloto manipula com o manche e os pedais, não respondem como deveriam. Essas superfícies perdem a capacidade de controlar a aeronave, que se transforma em um objeto em queda livre – explicou.

Para o jornalista, a superfície da aeronave que caiu ficou inoperante, e uma das hipóteses levantadas por ele é que a área deixou de ser aerodinâmica. Uma das explicações para essa falha seria a formação de gelo.

– Em termos mais acessíveis e não técnicos, a asa deixa de ser asa quando o ar que passa por ela não segue o percurso que os princípios da física determinam para criar sustentação. O que altera a aerodinâmica de uma asa é quando ela perde esse perfil. E ela perde o perfil se houver uma formação de gelo muito intensa que altere a corrente de ar. Isso geralmente ocorre em condições meteorológicas como as que estão sobre a área de São Paulo, com muita umidade no ar e baixíssimas temperaturas.

Por fim, Waack reforçou que não é um piloto profissional e que está compartilhando sua experiência pessoal. Ele destacou que, para sua própria segurança, foi treinado para voar em condições de gelo severo. Ele ainda disse que a principal orientação para esse tipo de situação é sair dela o mais rápido possível.

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Bruno Rigacci

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