Alvo de cassação, Glauber Braga passa a noite no chão da Câmara; veja

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) passou a noite no chão do plenário de uma comissão da Câmara dos Deputados, em Brasília, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Em ato extremo, o parlamentar também anunciou o início de uma greve de fome, prometendo não se alimentar até que o julgamento seja finalizado.

A decisão de Glauber vem na esteira da aprovação do parecer que pede sua cassação, votado nesta quarta-feira (9/4) pelo Conselho de Ética da Câmara, por 13 votos a 5. O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), concluiu que o parlamentar “extrapolou os direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui”.

O episódio que motivou o processo ocorreu em abril de 2024, quando Glauber foi acusado de agredir com chutes o militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, dentro da Câmara. A defesa do parlamentar nega a acusação de agressão e afirma que ele apenas tentou proteger o espaço legislativo de uma ação provocadora.

Caminho da cassação

Agora, o deputado ainda pode recorrer da decisão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso o recurso seja rejeitado, o caso será enviado ao plenário da Câmara, onde serão necessários 257 votos favoráveis (maioria absoluta) para a cassação do mandato.

Momentos antes da votação, Glauber já havia afirmado que recorrerá à CCJ e, se necessário, à Justiça para tentar reverter a decisão. Ele também destacou que pretende mobilizar parlamentares e movimentos sociais para pressionar contra o que considera uma “perseguição política”.

Protesto incomum

A presença de Glauber dormindo no chão da comissão chamou a atenção de colegas e assessores. O deputado compartilhou imagens do protesto nas redes sociais e recebeu solidariedade de aliados políticos e militantes de esquerda.

“Não comerei até que esse processo seja concluído. Este é um protesto contra a arbitrariedade e em defesa do meu mandato e da liberdade de expressão”, afirmou.

Clima político tenso

O caso reacende o debate sobre os limites da atuação parlamentar e o papel do Conselho de Ética em episódios com forte carga política. Glauber, um dos nomes mais combativos da esquerda no Congresso, já protagonizou embates duros com colegas de outros partidos e integrantes do governo.

A base do PSOL e movimentos sociais devem intensificar manifestações nos próximos dias em apoio ao deputado. A Câmara, por sua vez, deverá enfrentar um novo capítulo de tensão nos bastidores com a possível votação da cassação em plenário nas próximas semanas.

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Bruno Rigacci

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