Kassab critica área econômica do governo Lula e diz que Haddad é ‘fraco e não consegue se impor’

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, intensificou suas críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), direcionando suas observações principalmente à área econômica, que, segundo ele, não tem avançado como esperado. Em entrevista ao Estado de São Paulo, Kassab foi contundente ao afirmar que, caso a eleição presidencial fosse hoje, o PT não estaria mais na posição de favorito, sugerindo que o governo Lula enfrentaria dificuldades em uma disputa atual.

Críticas Diretas a Haddad e à Gestão Econômica

Kassab não poupou palavras ao criticar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem chamou de “fraco” e afirmou não ver uma “articulação para reverter a piora no cenário econômico”. Para o líder do PSD, o governo Lula carece de uma liderança econômica forte, como a que foi vista nos primeiros mandatos do próprio Lula e de outros ex-presidentes, como Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, que contaram com ministros da Economia capazes de comandar e implementar as reformas necessárias.

“Não vejo hoje nenhuma marca boa, como teve FHC e Lula nos primeiros mandatos”, disse Kassab, destacando a falta de um legado econômico positivo. Para ele, a ausência de uma liderança clara no Ministério da Fazenda prejudica a credibilidade do governo, especialmente em um cenário desafiador.

A Crítica ao Ministro da Fazenda

Kassab também observou a dificuldade de Haddad em se impor dentro do governo e afirmou que um ministro da Economia fraco é um “péssimo indicativo” para a estabilidade econômica do país. “O sucesso da economia precisa de ministros da Economia fortes. Já tivemos FHC, Henrique Meirelles, Paulo Guedes. Eles comandavam. Hoje existe uma dificuldade do ministro Haddad de comandar”, completou o presidente do PSD.

Embora o PSD faça parte da base aliada do governo Lula, Kassab expressou sua insatisfação com a atual gestão econômica, dizendo que os ministros devem ter uma liderança mais assertiva para garantir o bom andamento da economia. Sua crítica vai além de uma questão pessoal sobre Haddad, refletindo uma preocupação com a falta de diretrizes claras para enfrentar os desafios fiscais e econômicos do país.

A Alternativa de Centro para 2026

Kassab não escondeu sua visão de que o cenário político atual está em transformação. Ele afirmou que os partidos do centro estão trabalhando para criar uma alternativa forte para as eleições presidenciais de 2026. “Os partidos de centro estão criando uma alternativa para 2026”, disse ele, apontando que a popularidade do PT e de Lula não está mais garantida, e que uma nova proposta política pode emergir para disputar a presidência.

Essa fala reforça uma tendência crescente de descontentamento dentro da base aliada do governo Lula, com figuras políticas e partidos de diferentes espectros criticando a falta de avanço econômico e uma aparente crise de liderança no governo petista.

O Desafio para o Governo Lula

As críticas de Kassab refletem um cenário mais amplo de insatisfação com a gestão econômica de Lula. Enquanto o governo petista busca implementar reformas e controlar a inflação, o sentimento entre alguns aliados é de que falta uma articulação sólida e eficiente para enfrentar os desafios do momento. O próprio Kassab, que ocupa o cargo de secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, tem manifestado sua preocupação com a falta de uma liderança econômica forte, sugerindo que isso pode impactar não apenas o sucesso do governo, mas também as chances do PT nas próximas eleições.

Com um cenário político cada vez mais polarizado e a pressão sobre o governo aumentando, o futuro econômico do Brasil segue sendo um ponto crucial na estabilidade e na popularidade do governo Lula. O dilema sobre quem deve liderar a pasta da Economia e como o governo vai lidar com os desafios fiscais e de crescimento será um tema central até 2026.

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Bruno Rigacci

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