Rogério Marinho pede ao TCU afastamento do presidente do IBGE e critica “viés ideológico”
A crise no IBGE e as recentes ações envolvendo o senador Rogério Marinho (PL-RN) refletem tensões políticas e administrativas que estão se intensificando no Brasil. O pedido de afastamento cautelar de Márcio Pochmann, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destaca uma crítica à atuação do governo Lula, com alegações de que a instituição estaria sendo transformada em uma “puxadinho ideológico” do governo.
Crise no IBGE e Acusações de Politização
O pedido de Marinho ao Tribunal de Contas da União (TCU) surge no contexto de uma crise interna no IBGE, evidenciada pela saída de diretores importantes da instituição, como João Hallak Neto e Elizabeth Hypolito, que ocupavam a Diretoria de Pesquisas (DPE). O sindicato dos servidores, Assibge-Sindicato Nacional, alega que essas saídas estão ligadas a decisões arbitrárias da presidência do IBGE, relacionadas a mudanças nas diretorias e a nova localização do órgão no Horto, zona sul do Rio de Janeiro, o que tem causado dificuldades para os servidores.
Essas mudanças administrativas, junto com o clima de insatisfação, alimentam a acusação de que o IBGE está sendo usado de maneira ideológica, sacrificando sua credibilidade técnica em favor dos interesses políticos do governo.
As Críticas de Marinho
Rogério Marinho, um crítico recorrente do governo Lula, argumenta que o IBGE foi transformado em um órgão subordinado ao governo, o que comprometeria a imparcialidade e a transparência nas suas ações, essenciais para a confiabilidade dos dados e estatísticas produzidos pela instituição. Marinho acusa Lula de desconsiderar a lei e a autonomia do IBGE em prol de uma gestão autoritária.
A Resposta do IBGE
Em resposta às críticas, a presidência do IBGE refutou as acusações, afirmando que as mudanças implementadas são uma demonstração de compromisso com a causa pública e republicana. No entanto, os servidores continuam insatisfeitos, e o sindicato reforçou a necessidade de reavaliar essas decisões e abrir um canal de diálogo com a gestão.
Carta Aberta e Críticas Internas
Além do pedido de Marinho, em janeiro, uma carta assinada por diretores e gerentes do IBGE também denunciou o que chamaram de “viés autoritário, político e midiático” da gestão de Pochmann. A carta aponta que a gestão atual comprometeria a missão institucional do IBGE e critica a criação da Fundação IBGE+, que foi apresentada como uma alternativa para resolver os problemas financeiros da instituição.
Pressão sobre o Governo Lula
O cenário descrito adiciona uma camada de pressão ao governo Lula, já sobrecarregado com críticas relacionadas a sua política econômica e à manutenção da independência de órgãos técnicos essenciais para o bom funcionamento do país. O IBGE, sendo uma instituição chave na produção de dados fundamentais para políticas públicas e análises econômicas, é especialmente sensível a esse tipo de intervenção política.
Essa crise interna no IBGE não apenas prejudica a credibilidade da instituição, mas também acirra o debate sobre a autonomia das instituições públicas e o impacto de uma gestão considerada ideológica no funcionamento de órgãos técnicos. As consequências disso podem ser mais profundas, afetando não só a imagem do IBGE, mas também a confiança da população nos dados produzidos pela instituição.