“Mercosul não pode se tornar um obstáculo”, diz Milei sobre bloco

Durante sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, o presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que os países do Mercosul devem ter liberdade para negociar acordos comerciais de forma independente, e destacou que permanecerá no bloco apenas se essa liberdade for respeitada. “Cada um dos nossos países deve ter independência para trabalhar em acordos comerciais. O Mercosul não pode se tornar um obstáculo para isso”, afirmou Milei, deixando claro seu posicionamento sobre o futuro da Argentina no bloco.

O discurso de Milei é uma continuação de suas críticas ao Mercosul e à forma como o bloco, em sua visão, tem limitado as possibilidades de acordos bilaterais vantajosos para seus membros. Em uma entrevista dada na terça-feira (21/1) à Bloomberg TV, o presidente argentino havia mencionado que consideraria deixar o Mercosul caso fosse impedido de negociar com países como os Estados Unidos, especialmente após a vitória de Donald Trump. No entanto, em Davos, ele moderou o tom e afirmou que prefere manter a Argentina no bloco, desde que haja liberdade para negociar acordos como o de livre-comércio com os EUA.

“Creio que há uma possibilidade de fazermos [um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos] e continuarmos no Mercosul”, disse Milei, sinalizando uma possível flexibilidade em sua posição anterior.

Além de seus posicionamentos sobre o Mercosul, Milei também aproveitou sua participação em Davos para se referir a ideias progressistas como um “câncer a ser extirpado”. Ele fez uma crítica ao que considera uma hegemonia da esquerda em várias esferas globais, incluindo na política, na educação e nos meios de comunicação. Segundo o presidente argentino, essa hegemonia está “desmoronando”, o que seria um reflexo de um movimento global de mudança que também atingiria instituições como o Fórum Econômico Mundial.

Ao ser questionado sobre sua mensagem aos brasileiros ou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Milei foi enfático: “Que escutem o que disse em meu discurso”. Ele destacou, ainda, a importância de defender o liberalismo econômico como uma forma de romper com modelos progressistas que, segundo ele, têm dominado a política mundial.

Com essas declarações, Milei reafirma sua agenda de livre comércio e alinhamento com políticas liberais, ao mesmo tempo em que sinaliza uma relação mais pragmática com o Mercosul, condicionada à sua flexibilidade para permitir negociações independentes de seus membros.

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Bruno Rigacci

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