Parlamentar quer contagem pública de votos após eleição apertada com vitória do PT
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) defendeu um projeto de lei que propõe a implementação do voto impresso e a contagem pública nas eleições, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. O parlamentar expressou especial preocupação com a transparência do sistema eleitoral após o recente pleito em Fortaleza, em que Evandro Leitão (PT) venceu por uma diferença apertada de apenas 0,7% contra André Fernandes (PL). Girão mencionou que esse resultado revela, segundo ele, um “despertar coletivo” dos eleitores cearenses, que buscam maior clareza e segurança no processo eleitoral.
Girão argumenta que o voto impresso proporcionaria uma auditoria pública dos resultados, permitindo maior confiança e legitimidade ao processo, ainda que isso possa implicar um tempo maior para apuração dos votos. Ele reforçou que, mesmo em democracias consolidadas, há a aplicação de mecanismos adicionais para garantir a segurança e transparência das eleições. O senador Eduardo Girão destacou ainda a importância de se equilibrar a celeridade do sistema eletrônico com uma maior capacidade de auditoria.
Em seu discurso, Girão criticou o que chamou de “forte intervenção” de autoridades federais e estaduais no período eleitoral em Fortaleza, com a presença de figuras influentes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Elmano de Freitas e o ministro da Educação, Camilo Santana. Para Girão, esse apoio sugere um “aparelhamento intenso” das instituições, o que, segundo ele, prejudica a imparcialidade do processo. O senador também denunciou o uso de caravanas organizadas para mobilizar eleitores, afirmando que o PT investiu em estratégias para ampliar sua visibilidade em Fortaleza, uma tática que ele considera questionável.
Além disso, Girão alertou para a presença crescente do crime organizado em Fortaleza e no Ceará, um problema que, na visão dele, é exacerbado por fatores políticos e que gera um ambiente de insegurança para os moradores. Ele reforçou a urgência de mudanças no sistema eleitoral, alegando que, sem elas, será difícil garantir um processo mais justo e transparente.
