Presos pela PF por suposta ligação com Hezbollah negam terrorismo

Brasil

Os dois homens presos pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o Hezbollah, grupo paramilitar xiita do Líbano, negaram, em audiência de custódia na 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, participação em planos terroristas.

Lucas Passos Lima, de 35 anos, morador de Brasília, disse que viajou ao Líbano porque recebeu uma proposta de “crescimento de negócio”. Ele afirmou trabalhar com regularização de imóveis, corretagem e venda de mercadorias, como café, grãos e até ouro. Na audiência, ele afirmou não ver sentido na acusação.

Jean Carlos de Souza, de 38 anos, morador de Joinville, Santa Catarina, afirmou trabalhar com “captação de negócios”. Ele disse que vive uma rotina de viagens e, por isso, já foi parado e revistado inúmeras vezes pelas autoridades.

A audiência de custódia serve para analisar se a prisão foi legal e se o preso sofreu algum tipo de violência. As prisões de Lima e Souza foram mantidas.

Segundo as primeiras informações divulgadas pela PF, os presos e outros brasileiros investigados planejavam ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil. Os investigadores afirmaram, ainda, que sinagogas estavam sendo monitoradas e fotografadas e relataram o recrutamento de pessoas para atuar com grupos terroristas que atuam no Oriente Médio.

O inquérito foi aberto a partir de um alerta dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel. Comunicado do governo israelense mencionou o apoio do Mossad, serviço secreto do país, nas prisões. De acordo com informações divulgadas pelo colunista Marcelo Godoy, do Estadão, a general americana Laura Richardson havia alertado para “intenções malignas” do Hezbollah no Brasil.

A Operação Trapiche provocou uma crise entre o Ministério da Justiça e o embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, que deu declarações públicas sobre a suposta presença de representantes do Hezbollah no Brasil. O ministro da Justiça, Flávio Dino, por sua vez, afirmou que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal” e que o caso está sob investigação.

A prisão dos dois homens é um importante desenvolvimento na investigação sobre a possível presença do Hezbollah no Brasil. As acusações são graves e, se confirmadas, podem ter implicações significativas para a segurança do país.

É importante ressaltar que os dois homens negam as acusações e que eles ainda não foram condenados em um tribunal. No entanto, a investigação da PF sugere que o Hezbollah pode estar tentando expandir sua atuação no Brasil, o que é uma preocupação para as autoridades brasileiras e internacionais.

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