Líder do MST diz que governo Lula está “meio medroso”

Política Nacional

João Pedro Stédile, principal líder do MST (Movimento de Trabalhadores Sem Terra), falou em entrevista sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o aumento de invasões de propriedades rurais no Brasil, que será a sua quinta em 40 anos à frente do movimento. Para o ativista, “o governo como um todo está meio medroso”.

– O governo como um todo está meio medroso. Primeiro pelo 8 de janeiro, que foi uma frente e uma tentativa real de golpe. Em segundo lugar, pela forma como nós ganhamos as eleições [presidenciais, em que Lula venceu Jair Bolsonaro ], que foi muito tensionada – disse à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Em contrapartida, o ativista disse estar “tranquilo” com a comissão que está prestes a ser instalada.

– Vamos tentar fazer do limão uma limonada. Vamos usar aquele palco para denunciar as invasões das terras indígenas, o trabalho escravo, as invasões de terras quilombolas, o uso abusivo dos agrotóxicos.

Stédile considera que a CPI do MST está inserida “muito mais num cenário de luta ideológica da extrema-direita, que quer nos acuar com essa luta permanente para tentar inibir as ações do nosso movimento”.

– A CPI vai ser um espetáculo de retórica dos ruralistas e dos deputados bolsonaristas. Como eles têm mais força no Legislativo, estão usando a comissão como palco para criarem uma retórica para as suas redes, postando memes e outras coisas. Mas, de consequência real, ela não terá nada, porque nós não cometemos crime nenhum, não há fato [a ser investigado] – disse.

o ativista chegou a tecer críticas aos governos Lula e Dilma Rousseff, que, segundo ele, não compreendiam “a natureza da agricultura brasileira”, por se tratarem de “militantes da esquerda urbana”.

– Podem ter sido mal assessorados pelos intelectuais que entendiam do assunto. Espero que neste governo eles consigam compreender o que está em jogo – afirmou.

Fonte: Pleno News

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